quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nova Seção do Blog: Aventuras de Beto Muller

Aos Domingos


É o Bicho da Goiaba !!! ( ou GPS ) ...



Estou “esquartejado”, com muita dor nas costas e nas pernas ...
Mas o espírito está em alta ( altíssima) !!!
Relembrando algumas viagens de um tempo em que jogávamos o circuito em condições bem diferentes das de hoje...
Acabo de chegar em Cabo Frio, após dirigir mais de VINTE horas, em dois dias, numa pequena turnê pela Zona da Mata, em Minas Gerais , onde fui fazer uma palestra para os participantes do D’Grau Sports Open,.em Visconde do Rio Branco, torneio organizado pelo competente e simpático Luciano, que nos contratou também para um “sonzinho”, encerrando o evento. Meu parceiro de viagem e som foi o excelente guitarrista Léo Barreto, super conhecido no meio de rock e blues no “eixo Rio-Minas”. Para aproveitar a viagem, na noita anterior à palestra, fizemos um show de rock em Viçosa, (cidade próxima a V. Rio Branco), para um público de pouco menos de 800 universitários. Como diria meu amigo Euzeni José (BILL) de Souza, figuráça , rubro negro, oriundo de Mamanguape, na Paraíba...“Foi o Bicho da Goiaba !!!”...
Jovens fazendo coro para canções de Bob Dylan , James Taylor, Cat Stevens ,etc,(além de muito rock”n roll), sem nenhuma briga ou confusão... “Bicho da Goiaba” !!!
“Cair na estrada” foi, por um longo tempo, o “modus vivendis” de toda a minha geração de tenis , e apesar de me encontrar hoje em dia em uma fase meio “Dorival Caymmi”, curtindo muito estar em casa (em Nikiti ou em Cabo Frio), ainda curto muito quando “baixa” o Robert Zimmerman ,e, “Like a Rolling Stone”( música do século !), pego a estrada de novo...
Vamos falar sobre duas “road trips” inesquecíveis...

Uma das mais incríveis experiências estradeiras que vivi, aconteceu entre maio e outubro de 1983, quando, quase sem grana , partimos em um grupo de brasileiros, para, de carro, jogarmos todas as etapas do Circuito USTA Satellites, que dava a volta nos Estados Unidos, sem parar. Como havia jogado tênis universitário no Texas ( um estado imenso, onde as longas viagens sempre eram feitas de van ou minibus) , não me assustei com a idéia... E, lá fomos nós, em um Oldsmobile Cutless (que mais parecia a barca Rio-Niterói) iniciar a jornada. Gabriel Mattos, Paschoal Pennetta, Carlos Eduardo Soares, Carlinhos Arthur Soares (not related), Eleutério (Chipanza) Martins, Luis Roberto (Gatinho) Muller, este colunista, e sempre mais um(.os argentinos Guillermo Rivas e Eduardo Bengoechea ou o chileno Juan Nunes). Cada um de nós gastava menos de cinco dólares por dia em hospedagem (road motels e Inns) , dividindo os quartos pelo maior número de pessoas que pudéssemos espremer. Comíamos barato e viajávamos sem ligar o ar condicionado do carro, para economizar o combustível. Por incrível que pareça, nessas duras condições, todos tivemos resultados excelentes, em um circuito que contava com nomes como Jayme e Álvaro Fillol ( lendas do tênis chileno), John Sadri ( semi de Winbledon, vice no Australian Open), Derek Tarr (n.o 1 da África do Sul), toda a equipe da Davis do México, Van Wynitski (vice em duplas no US Open), e muitos outros, além de muitos universitários americanos , de férias... A premiação ? US 25.000 doláres divididos a cada CINCO semanas. É, precisávamos economizar... Nem todos os membros do “carro do Brasil” ficaram até o final da turnê, mas, para todos nós, foi uma das melhores e mais divertidas experiências que o tênis nos proporcionou, apesar das grandes dificuldades.
Foi o bicho da goiaba!!!
Olha o Bill aí outra vez !!! Que nos remete a outra “road adventure”...
A poucos anos atrás, caio na estrada para Floripa, com meu grande amigo Leandro (ex-craque do Flamengo e da Seleção Brasileira de futebol). Brasil e Canadá se enfrentariam pela Copa Davis. Tremendo passeio !!! Floripa, Davis, um pouco de trabalho (nothing’s perfect...), pé na estrada !!! Combinamos de, na volta, assistirmos ao jogo do Flamengo no bar do Bill, a surreal “Preciosa das Batidas”( que não serve batidas !!!), localizada no peculiar Pé Pequeno, em Nikiti, e que, na verdade pertence ao Antonio, sogro do Bill, único português tricolor que eu conheço (non sense,again!), uma grande figura , que atende a um público altamente eclético , tradição dos bons bares/restaurantes niteroienses. Claro que não chegamos a tempo... É nova ? !
Resumo da ópera, nos perdemos algumas vezes pelo caminho (minha especialidade),
e levamos muitas horas a mais do que o normal para chegarmos ao nosso destino, na ida e na volta. Claro que isso aconteceu também na jornada mineira, com o Leo, e em tantas outras jornadas, em outros tempos, ao lado do grande Thomaz Koch ( também um especialista em erros de percurso e paradas não programadas) .
O barato, é que depois de tantas viagens mundo afora, por tantos anos, algumas das lembranças mais legais e divertidas são justamente as desses pequenos desvios de rota, percurso e programação, que transformam uma viagem em “aventura”, como acontecia nos “velhos tempos” de um tênis (ou futebol ) mais romântico. Nenhuma nostalgia envolvida, apenas o bom humor e o fato de ainda sabermos extrair o melhor da companhia de bons amigos, além de curtir um lado “Easy Rider”... Não dá pra cantar “Born to be Wild” um dia e me culpar por não ser um GPS humano no outro !!!
Dias depois do “furo” que demos no Bill (que esperava receber um ídolo rubro negro em dia de jogo do Mengão) recebo uma ligação do Leandro (que mora em Cabo Frio,RJ). “Estou em Niterói, te esperando, aqui no Bill ...”.
Pouco depois, muito bem servidos, em um momento de muita tranqüilidade no bar vazio, narramos ao rubro-negro Bill e ao tricolor Antonio , a nossa aventura de Floripa, entre tantas outras...

“Foi o bicho da goiaba !!!”

2 comentários:

  1. Comenta-se que tinha uma cama para sete barbados e que se dividia espaço com travesseiros???? Acredite se quiser

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  2. Gatinho, aqui é o Penetta! Muito legal ler seus comentários, lembrar daqueles tempos! Felizes que sobrevivemos e estamos bem! Abraços.

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